domingo, setembro 25, 2005

Caracol


'O vento toca minha pele numa brisa meiga e gelada
e relembro o desejo que, junto de ti, tive de ser amada
Agora nada...
agora mais nada...
agora absolutamente nada...
Agora perdura apenas este nada...
A raiva consome meu corpo, meu espirito
como nunca antes acontecera...
tento, procuro, vasculho e justifico
O céu escurece bem por cima de mim... bem para lá do incansável
como suporto eu tanta coisa sozinha?
Aprendi a viver assim, apenas comigo, aqui no meu refugio escondida...
Sou um caracol?! sim sou um caracol, se me tocam fujo, se forem bruscos e maus...
mas depois tão fácil de apanhar e de prender... lenta mesmo
A minha vida caí e tudo fica um caus
E nunca te disse 'Amo- te'... sorte ou azar?!
Quem poderá saber? nem uma palavra, nem um olhar...
Não mereço e reconheço!!!
Mas acreditar que ainda vais explicar é permanecer na ignorância
É ficar numa sala de espera que cheira a dor e transborda mágoa
Fartei dessas essências... fartei...
Que me resta no fim do prazer?
a vontade de desaparecer?
Não quero mais... como todos dizem e como todos são
TU NÃO PRESTAS!
Fizeste me chorar como no passado
os planetas não deviam ter se alinhado...
Bebe o meu sangue e só assim poderás entender
eu beberei tua dor e saberei como é teu sofrer...'


Marta Martins (maio 2004)

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